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LGBT+ na terceira idade

  • Danielle Brandão e Rafael Rodrigues Felix
  • 12 de out. de 2017
  • 3 min de leitura

No universo LGBT+, indivíduos na terceira idade são tratados com total invisibilidade, vivem à margem por diversas questões, como o preconceito por serem idosos e a exclusão dentro do próprio meio LGBT+.


Estudos recentes realizados nos Estados Unidos apontam o quão difícil é fazer parte dessa minoria após os 50 anos de idade, pois começam a surgir problemas como depressão, o sentimento de invisibilidade e a irrelevância social. Por existir a idolatria a juventude pelos homossexuais, nota-se que acaba se criando uma espécie de preconceitos presentes na comunidade homossexual contra as mudanças que começam a ocorrer no seu próprio corpo, e isso é constatado através de uma pesquisa que tem como líder Richard G. White.


Outros problemas enfrentados por esse grupo é a homofobia presente nos asilos e a falta de política públicas para essas minorias. Existe uma grande luta para conquistas de abrigos específicos para idosos LGBT+ no Brasil, visto que em países como Alemanha, Portugal, Espanha, Holanda e Suécia já existem. Quando falamos que os profissionais que trabalham com esse público precisam ser capacitados de forma diferenciada para que o preconceito não se perpetue para eles, escutamos que “idoso é tudo igual”, contudo sabemos que cada um de nós tem sua individualidade e necessidade.


Os idosos LGBT+ sofrem duas vezes mais, primeiramente por conta do sofrimento e solidão que o abandono causa e depois devido ao preconceito que estes vivem dentro dos asilos e em clínicas e postos médicos. Como citado, existe uma necessidade de treinamento específico para que os profissionais envolvidos saibam lidar com a diversidade, para que estes idosos não se sintam discriminados, e se silenciem diante da sua orientação sexual. Isto se torna ainda mais difícil quando se trata de pessoas transexuais e travestis, pois se veem obrigadas a se vestirem conforme o gênero na qual não se identifica.


Esse preconceito ocorre também dentro da família do idoso, pois quando este decide se assumir somente quando entra na faixa dos 60 ou 70 anos, o mesmo é julgado como esclerosado, conotando a sua sexualidade de uma forma pejorativa.


Em 2014, o deputado Jean Wyllys elaborou um Projeto de Lei de n° 7424/2014, no qual garante que as entidades desenvolvam programas de institucionalização de longa permanência para os idosos, e que estas exerçam a sua função de maneira que preserve a dignidade dessas pessoas, dando-as respeito independentemente da sua orientação sexual ou identidade de gênero.


Outro fato alarmante é que a maioria dos transexuais e travestis não chegam à terceira idade, tendo como expectativa de vida 35 anos, segundo a Associação Nacional de Transexuais e Travestis do Brasil – ANTRA. Isso é preocupante, visto que a expectativa de vida de um brasileiro é de 74,6 anos, de acordo com o IBGE. Isso ocorre devido do aumento da violência e grande marginalização da população trans; dados apontam que o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo, contabilizando cerca de três mortes a cada dia. Todos esses fatores citados e a falta de políticas públicas contribuem para uma baixa expectativa de vida dessa parcela da comunidade LGBT+.


Vale destacar que, graças a essa parte da comunidade LGBT+, muitos dos direitos estão sendo conquistados, através de lutas e resistências para que possam manifestar quem são. Muitos pioneiros do movimento se encontram no público da terceira idade. Ter uma idade avançada e lutar contra uma realidade cruel de opressão e esquecimento revela muito mais do que um ser humano pode ser capaz de conquistar.


Referências:

  • https://brasil.elpais.com/brasil/2017/06/23/internacional/1498191350_245967.html

  • http://revistaladoa.com.br/2016/03/noticias/como-ser-gay-na-terceira-idade

  • http://www.otempo.com.br/interessa/invisibilidade-e-abandono-na-velhice-lgbt-1.1452232

  • http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/revista/2015/03/22/interna_revista_correio,476316/para-sempre-gay.shtml

  • http://emais.estadao.com.br/noticias/comportamento,lutando-por-direitos-lgbt-em-comunidades-de-aposentados,70001896730


 
 
 

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