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Os grandes hinos da cultura LGBT+

  • Jasmine Santiago, Carina Tomaz
  • 16 de nov. de 2017
  • 4 min de leitura

A música não se baseia somente em uma combinação de sons e ritmos, mas ultrapassa as barreiras de seu significado primário. A música pode ser considerada como uma das principais formas de expressão da humanidade, que abarca as mais diversas formas de manifestações artísticas e culturais na sociedade desde seus primórdios.


A temática LGBT+ ganha relevância no cenário musical internacional principalmente a partir da década de 60 nos Estados Unidos, com o surgimento dos movimentos sociais que lutavam pelos direitos da comunidade LGBT+, e, consequentemente, utilizaram-se da cultura musical como forma de expressão e protesto. Na atualidade, a música continua sendo um meio de expressão forte trazendo muitos questionamentos a tona, fato que contribui na quebra do preconceito. São inúmeros os exemplos de músicas representativas dentro do movimento. Podemos citar alguns exemplos como; “Finally” de CeCe Peniston, “You Make Me Feel” de Sylvester,” YMCA” do Village People, “It’s raining man” da dupla The Weather Girls, “Vogue” e “Express Yourself” da Madonna, entre outros. “I Will Survive” não necessariamente fala sobre o universo gay, porém a letra aborda a independência, individualidade, auto confiança, a libertação de um amor tóxico e a fé de que mesmo nas dificuldades, sobreviveremos. Tornou-se um hino disco dos anos 70 e por isso consequentemente se tornou relevante para a comunidade LGBT+. A música foi consagrada na voz de Gloria Gaynor além de ser eternizada no filme Priscilla, a Rainha do Deserto (1994).


Outro Hino muito aclamado pela comunidade LGBT+ foi “Freedom! 90” de George Michael, na época em que a música foi lançada, George ainda não tinha assumido sua sexualidade publicamente, porém claramente era um grito de liberdade contra as amarras sociais impostas ao público LGBT+ para mostrar que as roupas não fazem o homem ou definem alguém.




Música que tornou-se a única entrada de uma drag queen na parada americana, Supermodel foi um sucesso inesperado em meio a uma era onde o grunge e o rap estavam no auge. RuPaul havia lançado um dos maiores hinos da cultura LGBT+ que reinava nas discotecas no ano de seu lançamento. A música é até hoje citada como uma das mais significativas na cena musical do movimento e influenciou também artistas como Kurt Cobain, que declarou-se fã da música e Britney Spears citou-a como inspiração para seu hit de 2013, Work Bitch.


RuPaul e os membros do Nirvana


Uma das músicas mais icônicas dos anos 80 é ‘I Want To Break Free’, da banda Queen. A música mais gay do catálogo do Queen não foi escrita por Freddie Mercury e assim como seu vídeo clipe, foi lançada anos antes de Freddie declarar publicamente sua bissexualidade. Em entrevista, Freddie Mercury afirma que a música "tem a ver com todos. É alguém que tem uma vida difícil e quer se livrar de seus problemas". A música não foi pensada ou produzida com a intenção de referenciar a causa LGBT+. No entanto, foi este hino que fez com que toda a banda se montasse de drag inspirada em personagens de novelas e I want to break free foi acolhida como um hino pela comunidade pelas palavras de liberdade que ela prega.

Já no cenário brasileiro, a temática LGBT+ pode ser observada desde os sambas as marchinhas de carnaval, apesar de possuírem uma conotação pejorativa. Atualmente, artistas como Liniker, Pabllo Vittar, Filipe Catto e Johnny Hooker, Linn da Quebrada, são alguns exemplos de cantores que militam através de suas músicas pela causa. “Não Recomendado“ é uma Música que apesar de recente ressalta fortemente o manifesto contra a homofobia no Brasil, composta por Caio Prado esta já foi cantada por vozes como; Liniker, Maria Gadú, Johnny Hooker, Almério, além de Daniel Chaudon e Diego Moraes que junto de Caio formam o grupo de mesmo nome da música.


O grupo “Não Recomendados”


Outra música que segue uma linha parecida em relação a essa temática construída em uma forte crítica social é “Geni e o Zepelim” de Chico Buarque. Essa canção foi lançada em 1978 e fez parte do musical Ópera do malandro onde a história de Geni, uma travesti, é contada detalhando as cenas de maus tratos que sofria a mercê da hipocrisia elevada pela população da cidade em que esta vivia. Geni e o Zepelim se tornou um marco na história da música brasileira, tornando Geni um símbolo na representatividade de mulheres trans e travestis, que até hoje são alvos de preconceito sendo marginalizadas e perseguidas.


Por último e NADA menos importante, temos “Toda forma de amor”, de Lulu Santos. O sucesso lançado no ano de 1983, é uma das músicas mais citadas quando buscamos hinos da cultura LGBT+. Mesmo que a música aborde um relacionamento héterossexual (“Eu sou teu homem/ Você é minha mulher”), a abordagem sobre as várias justas formas de amor fez com que a música fosse acolhida como forma de pregar e protestar pela liberdade de ser e amar quem quiser, livre de preconceitos e julgamentos, armados apenas com amor.


É óbvio que se pudéssemos listar todas as músicas que são ícones e importantes para o movimento LGBT+, haveria muito mais coisas para escrevermos aqui. Cada música possui uma história e temática diferente que agregam valor à cultura e a sua representatividade sempre será mostrada, mesmo que nas entrelinhas. Não podemos nunca deixar de citar músicas como “I’m coming out”, de Diana Ross, uma das primeiras músicas agregadas ao movimento que falam sobre a libertação para amar. Temos também “Believe”, da grande diva Cher; “True Colors”, de Cindy Lauper; “Born This Way”, de Lady Gaga e “Same Love”, do rapper Macklemore. São músicas como estas, que pregam o amor e mostram que SOMOS TODOS IGUAIS que dão força para continuarmos na luta contra o preconceito e pela liberdade de ser de cada um


Encontre as músicas descritas aqui e muitos outras na playlist da nossa exposição no Spotify!


https://open.spotify.com/user/222cdmt72om223r2pqoyfnfhi/playlist/6p61u7iVQNhuzROlmwu2Qe?si=gNuokIF7R8y1Qi48DrHiRQ


Referência das fotos:


Gif 1 - I will survive : https://tenor.com/view/iwill-survive-gloria-gaynor-survive-survivial-disco-gif-4984521


Gif 2 - Freedom:

https://media.giphy.com/media/tz0urNgxeYOfS/source.gif


Imagem 1 - RuPaul e Nirvana:

http://prosalivre.com/wp-content/uploads/2016/07/Rupaul-e-Nirvana-1.jpg


Gif 3: I wan to break free:

https://78.media.tumblr.com/ed8fbeb6b727931f3f2ae3bc0cb1db00/tumblr_orte4yftNM1ws1z9bo2_400.gif


Imagem 2- Não recomendados:

http://www.heloisatolipan.com.br/musica/nao-recomendados-caio-prado-daniel-chaudon-e-diego-moraes-fazem-da-musica-sua-arma-contra-homofobia-nossa-missao-enquanto-artistas-e-promover-discussao/


http://www.universoaa.com.br/lifestyle/billboard-elege-os-50-maiores-hinos-gays-da-musica-ouca-e-conheca-todos-eles/


 
 
 

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