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LGBT+ nos esportes

  • Analu Lira Perdigão Dupret e Rafael Rodrigues
  • 6 de nov. de 2017
  • 4 min de leitura

Declarar-se LGBT, sempre exigiu um grande ato de coragem. O machismo e a misoginia (ódio à mulher e a tudo aquilo considerado feminino) estão presentes em todos os micro setores da sociedade. Da casa da família até os estádios de futebol, a lgbtfobia habita todos os espaços. Sendo uma figura pública, no meio do esporte, a atitude é ainda mais desafiadora, pois muitos atletas têm medo de perder patrocínio, sofrer agressões verbais e até mesmo físicas mediante a sua exposição. É possível ver constantemente atletas expondo suas sexualidades somente após a aposentadoria, ou até mesmo se aposentando por ter se exposto, como é o caso do jogador de futebol Robbie Rogers.


Durante as Olimpíadas de 2016, onde o Brasil foi sede das competições, podemos perceber que a homofobia tem crescido nos últimos anos. Em uma partida de futebol feminino, a goleira da seleção dos Estados Unidos, Hope Solo, foi alvo de xingamentos vindos do público, onde gritavam “bicha” nas arquibancadas.


Outro destaque a ser apontado foi o do jogador Michael da equipe Vôlei Futuro que, durante uma partida da Superliga, competição brasileira de voleibol masculino, foi ofendido incessantemente pela torcida do Cruzeiro. Ao se pronunciar sobre o caso, disse que:


“Eu não tenho problema [com minha orientação sexual], mas eu nunca precisei falar. Meus amigos e minha família me conhecem, conhecem o Michael. Eu sou [homossexual], mas, independentemente da minha orientação sexual, estou aqui, falando sobre esse assunto para que isso não aconteça mais. Eu sei que [o preconceito] não vai mudar de uma hora para outra, mas eu tinha que fazer o alerta”.


Por isso, o tom desta Olimpíada ganhou ainda mais importância. Neste contexto, a visibilidade dos atletas assumidos significou um ganho incomensurável para o coletivo. “É a única coisa que temos para contribuir pela luta LGBT+ ”, alerta Matthew Rettenmund, autor do livro Boy Culture, que se transformou em um blog sobre as últimas notícias gays. “Se as pessoas têm amigos, família, ou, no caso dos Jogos Olímpicos, ídolos LGBT, isso pode repercutir no mundo inteiro. Há que se aplaudir a todos os que vivem sua sexualidade livremente. Nunca poderemos agradecer o suficiente a eles."


Jogadora de futebol dos Estados Unidos, Abby Wambach, beijando sua namorada após a final da Copa do Mundo.



9 atletas LGBTs no Brasil e no Mundo que ultrapassaram a barreira do preconceito e, com certeza, servem de inspiração para muita gente.


Caroline Kumahara – mesa-tenista brasileira que participou dos Jogos Olímpicos do Rio. Sobre sua sexualidade, Caroline afirmou:


“Hoje é bem tranquilo, eu falo com naturalidade assim. Eu acho que não tenho muito problema com isso. Se (alguém) tiver eu ignoro porque o problema é da pessoa. Eu não ligo muito. A pessoa que não bate muito bem da ideia.”


Megan Rapinoe – A atleta da seleção dos Estados Unidos de futebol se declarou lésbica em 2012, antes das Olimpíadas de Londres e disse:


“Eu queria ter reconhecido, quando eu era mais jovem, que eu era gay. Isso teria tornado as coisas muito mais claras para mim. Realmente. Olhando para trás, era tão óbvio, mas eu nunca havia me dado conta. Socialmente, senti como se eu não soubesse como ser e para quem ser. Se eu soubesse naquele momento, teria tido uma autoconfiança maior “.


Mayssa Pessoa – goleira da seleção de handebol feminino que se declarou bissexual durante a Olimpíada de Londres em 2012.


“É uma coisa normal da sociedade. Se você é homossexual, tem que esconder e obrigatoriamente se casar com um homem? Não. Se você é, tem que assumir. Não sou mais uma criança. Não vou ficar escondendo porque vou jogar as Olimpíadas."



Tiffany Abreu – jogadora brasileira transexual que atua na segunda divisão do vôlei feminino na Itália que tem enfrentado o preconceito para disputar a série A2.



Naiane Rios – jogadora de vôlei que diz sempre ter tido liberdade de escolha com apoio dos pais e ainda deixa claro sua opção sexual, não fazendo a mínima questão de esconder seu relacionamento com outra mulher.


“Sempre fiz questão de deixar muito claro para empresários e clubes como eu sou. Se não me aceitarem dessa forma, eu prefiro buscar outro lugar para jogar”.


Amanda ‘Leoa’ Nunes – uma das primeiras atletas a assumir publicamente que é lésbica, num ambiente tão machista e preconceituoso como é o universo das lutas. Também é a primeira atleta LGBT (entre homens e mulheres) a vencer o UFC e ocupar a posição de maior destaque do evento. E ela fez disso um momento único e lindo: comemorou com sua namorada e parceira de lutas, Nina Ansaroff.


Jéssica Bate-Estaca – Derrotada na luta contra Joanna Jedrzejczyk, Jéssica aproveitou a entrevista que deu ao vivo ainda no octógono para pedir a namorada em casamento.


“Quero aproveitar, porque não sei se vou falar de novo, e pedir minha namorada Fernanda, que está aqui em Dallas, para casar comigo."


Laís Souza – a ex-ginasta disse que ‘estava gay’ em uma entrevista à Milly Lacombe para a Revista TPM no ano de 2015.


Isadora Cerullo - jogadora da seleção brasileira de rúgbi, mais conhecida como Izzy, foi pedida em casamento pela namorada, a gerente de serviços, e voluntária dos Jogos Marjorie Enya após a cerimônia de entrega de medalhas que coroou a Austrália como primeira campeã olímpica da modalidade. As jogadoras ainda estavam no gramado quando Marjorie pegou o microfone e fez o pedido, ouvindo o "sim" minutos depois. Sem um anel, a gerente amarrou uma faixa nos dedos da amada e trocou muitos beijos com Izzy.



Apesar de todas as dificuldades de se declarar LGBT nesse meio, os atletas tem feito da sua visibilidade midiática uma plataforma para a igualdade. A coragem dessas pessoas faz com que uma pessoa LGBT que se sente confusa possa entender que a sua sexualidade não é um problema, doença ou confusão. Que existem muitas pessoas como ela e que sua sexualidade não a impede de fazer qualquer coisa que seja. Pode ser bombeiro, cineasta, policial ou jogador de futebol. Porque a modalidade praticada não tem nada a ver com seu gênero biológico. Prova disso são os Jogos Gays que é o maior evento cultural e esportivo voltado somente para atletas, artistas, músicos, entre outras pessoas associadas ao mundo LGBT. O evento foi criado em 1982 em São Francisco e no ano de 2022 será realizado em Hong Kong como comemoração do governo japonês ter legalizado em 2017 o casamento entre pessoas do mesmo sexo.


Cindy Lauper no encerramento dos Jogos Gays. A irmã da cantora participou das competições.


Referências:

http://dibradoras.com.br/a-importancia-de-se-declarar-lgbt-tambem-no-esporte/

Acesso em: 30/10/2017

https://brasil.elpais.com/brasil/2016/08/09/deportes/1470774769_409560.html -

Acesso em: 31/10/2017

https://oglobo.globo.com/esportes/jogadora-de-rugbi-do-brasil-pedida-em-casamento-por-voluntaria-19882862

Acesso em: 01/11/2017

https://g1.globo.com/mundo/noticia/com-avanco-de-aceitacao-lgbt-em-regiao-hong-kong-e-escolhida-como-sede-de-jogos-gays-de-2022.ghtml

Acesso em: 02/11/2017

Foto 1:

http://dibradoras.com.br/wp-content/uploads/2017/06/beijo.jpg

Foto 2:

http://dibradoras.com.br/wp-content/uploads/2017/06/Caroline-Kumahara.jpg

Foto 3:

http://dibradoras.com.br/wp-content/uploads/2017/06/Megan-Rapinoe.jpg

Foto 4:

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Foto 5:

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Foto 6:

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Foto 7:

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Foto 8:

http://dibradoras.com.br/wp-content/uploads/2017/06/Jessica-Andrade-Bate-estaca.png

Foto 9:

http://dibradoras.com.br/wp-content/uploads/2017/06/lais.jpg

Foto 10:

http://cdn.newsapi.com.au/image/v1/5647abc078840d5b9685c070534af53b?width=1024

Foto 11:

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/94/Cyndi_Lauper_at_Gay_Games_VII.jpg/250px-Cyndi_Lauper_at_Gay_Games_VII.jpg

 
 
 

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